Conceitos de SLOT e TG no DMR.

(palestra de 22/06/2020, na “Rodada 724”)

Em primeiro lugar, para contextualizar, os conceitos que aqui vou passar objetivam principalmente aos iniciantes no DMR, portanto, vou tentar ser o mais simples possível e evitar utilizar dados mais técnicos.

De cara, vamos fazer uma comparação simples entre as repetidoras digitais e as analógicas. Uma vez que todos já conhecem bem como funcionam repetidoras analógicas, podemos comparar ambas da seguinte forma:

A “porta de entrada” numa repetidora digital, tal como na analógica é a frequência (tanto de TX quanto de RX) e, assim, como podemos imaginar que a “chave” dessa porta de entrada, na repetidora analógica seria o “subtom”, nas repetidoras digitais, igualmente podemos imaginar como sendo o “color code” ou “code color”.
Embora o “color code” ou code color” possa ser 0, 1, 2, 3, …etc, na nossa rede praticamente todos os repetidores utilizam o “color code” = 1, mas nada impede, tecnicamente falando, de uma repetidora digital configurar o seu “color code” com outro número (2, 3, …).
Então, se você pretende acessar uma repetidora digital, de cara você precisará configurar o seu rádio DMR com as frequências de TX/RX da repetidora e mais o “code color” = 1.

Pronto! Feito isto, você estará apto a acessar a repetidora, porém ainda não está pronto para “falar” e “ser ouvido”.

Para isto, você vai precisar de mais 2 conceitos: o SLOT e o TG.
Considere, numa comparação grosseira, que a repetidora que você está acessando é uma grande instalação que tem, logo na entrada, 2 corredores que levam à inúmeras salas, cada um.
A estes “corredores”, no DMR, nós chamamos de SLOT (ou “Time-slot” ou só “TS”), daí termos o SLOT 1 e o SLOT 2.

Estes “corredores”, SLOTs, são o que tornam o DMR único.

Quando você e/ou outra pessoa transmitem, os seus sinais de transmissão são divididos em pacotes digitais de 30mS e o transmissor liga e desliga rapidamente. Isso permite que dois sinais compartilhem o mesmo canal ao mesmo tempo, desde que em slots diferentes. Um no Time Slot 1 e
um no Time Slot 2., ou seja, como temos 2 “corredores” , SLOTs, é possível que uma pessoa transmita pelo SLOT 1, ao “mesmo tempo” em que outra pessoa transmite pelo SLOT 2.

Uma vantagem enorme , se comparado com uma transmissão analógica!

Mas, como eu disse aí acima, os SLOTs seriam os “corredores” por onde fluem as transmissões, mas que chegam a um determinado local, as tais “salas” que falei acima. E essas salas chamamos de TGs (“TalkGroup”).

É nesses TGs – salas – (“TalkGroup”) que as conversam se desenrolam. Assim, para que você tenha uma “conversa” no mundo DMR, recapitulando, você precisa da frequência e do “color code” para acessar à repetidora e, em seguida, você precisa saber em qual “corredor” (SLOT) transmitir para
chegar à “sala” (TG) onde a conversa esteja se desenrolando.

Por convenção, aqui no Brasil, a rede DMR usa o SLOT 1 para chegar ao TG 724, e o SLOT 2 para chegar aos demais TGs nacionais, ou seja, é preciso pegar o “corredor” (SLOT) 1 para falar/ouvir na “sala” (TG) 724 e é preciso pegar o “corredor” (SLOT) 2 para falar/ouvir nas demais “salas” (Tgs) nacionais.

Alguns outros TGs específicos, bem como, também do exterior, também por convenção, são configurados pelos administradores em SLOTs específicos, tais como o TG 199, o TG915 no SLOT 1; o TG 725 no SLOT 2, etc .

Então, é preciso conhecer a tabela de TGs e seus respectivos SLOTs, o que pode ser visto no link oficial da rede DMR+IPSC2 ( https://dmr-brasil.org/2020/05/03/ipsc2-dmr-relacao-talkgroups/ ), para programar o seu rádio digital DMR, na rede DMR+IPSC2.

Bom, por enquanto é isto. Espero ter conseguido passar, de forma simples, para não confundir àqueles que iniciam no DMR, estes conceitos básicos, mas que são fundamentais no mundo DMR.

Forte 73!
PU1KJA – Francisco Jardim.

( Em caso de dúvidas, favor enviar um e-mail para suporte@amrase.org.br )